Por Valquíria Guimarães
Virar Palhoça de frente para o mar com a implantação efetiva do Transporte Marítimo e criar o Sistema de Transporte Coletivo Integrado do Município serão desafios prioritários na agenda de 2011 da atual administração do prefeito Ronério Heiderscheidt. Para quem é o primeiro prefeito a ser reeleito na história política de Palhoça, com uma votação de 73.5%, a maior votação proporcional do PMDB em Santa Catarina, 2010 se despede com motivos de sobra para Ronério Heiderscheidt comemorar. O ex-presidente da Associação dos Prefeitos do PMDB e ex-presidente da Federação Catarinense dos Municípios (FECAM), Ronério Heiderscheidt consolidou o seu nome como uma das principais lideranças do PMDB em Santa Catarina e, de quebra, ajudou a eleger a sua mulher, Dirce, para a Assembléia Legislativa. Para ele, Palhoça depois de 60 anos de ausência na Assembléia Legislativa ( o último representante do município foi o ex-governador Ivo Silveira ), conseguiu resgatar essa participação da cidade nas questões políticas do Estado. Outro resultado efetivo da política de inclusão social adotada por sua administração é que 2010 ficou marcado como o primeiro ano desde que assumiu em 2005 em que foram feitos investimentos com recursos próprios da Prefeitura de R$ 10 milhões, oriundos de impostos municipais, em infraestrutura. E para 2011, os recursos próprios em investimentos devem dobrar, saltando para R$ 20 milhões. Esses recursos foram resultados da atração de cinco mil empresas, que totalizaram R$ 10 bilhões de investimentos privados, gerando, a médio e longo prazo, 18 mil novos empregos. O salto do crescimento de Palhoça é visível ainda na arrecadação municipal. Em 2005 era de R$ 46 milhões, em 2011 vai passar para R$ 330 milhões e para 2012, a previsão é de chegar a R$ 500 milhões. Por isso, 2010 ficou marcado como o ano da consolidação e das inaugurações. Já estão funcionando a pleno vapor empreendimentos como o Supermerado Giassi, o primeiro shopping Center de Palhoça, o Via Catarina, a Havan, o Pólo Tecnológico, entre tantos outros que escolheram Palhoça para investir. Ronério Heiderscheidt comemora também os prêmios conquistados como o do Instituto Ambiental Biosfera e o Instituto Brasileiro de Estudos Especializados – IBRAE – que concede o prêmio por Palhoça estar na lista das 50 melhores administrações municipais do Brasil sob o enfoque da sustentabilidade urbana, Top Prefeitos 2010. Outra condecoração foi o prêmio Destaques Brasil Américas, concedido pela Organização Mundial de Estados, Municípios e Províncias, para Palhoça Cidade Mais Dinâmica do Brasil e o prêmio Top de Marcas como prefeito mais atuante da região metropolitana. Ainda o reconhecimento pela Organização Mundial dos Estados, Municípios e Províncias ( OMEMP) na educação com o prêmio Leonel Brizola pela criação da Faculdade Municipal de Palhoça em 2005. A marca do governo Ronério Heiderscheidt para Palhoça deve estar consolidada até 2020, acredita. Ele faz ainda uma projeção otimista: Em dez anos, Palhoça estará entre as cinco maiores arrecadações do Estado. E não é por acaso a visibilidade econômica de Palhoça. A revista Veja destacou na edição 2180, a matéria especial “ A Força das Cidades Médias ”, em que analisou o perfil econômico, social e urbano das 233 cidades do país com população entre 100 e 500 mil habitantes. O estudo revelou a explosão da riqueza de Palhoça, que ocupa a sexta colocação do ranking com 8,6% na vocação comércio. Aliás ,a vocação para o comércio é a principal fonte de renda de 25% das cidades médias do país. De acordo com a matéria, o município de Palhoça está incluído no seleto grupo de 106 cidades médias que mantiveram uma taxa de crescimento econômico igual ou superior a média nacional, que é de 4% ao ano. O último ato de seu governo no dia 17 de dezembro, antes do recesso de final de ano, foi sancionar a lei de Cargos e Salários para os servidores municipais, que contempla uma reivindicação de mais de dez anos.
Nessa entrevista, o prefeito Ronério Heiderscheidt faz um balanço de seu governo e de quais serão os próximos desafios para 2011.
1 – Como o senhor avalia o ano de 2010 que consolidou Palhoça como uma das principais rotas de investimentos do Estado e do país?
RH - Avalio que foi um ano de muitos desafios e de muitas vitórias para Palhoça. Depois de 60 anos, Palhoça reconquistou o seu lugar na Assembléia Legislativa com a eleição de Dirce, voltando, assim, a ter voz ativa no mapa econômico, social e político do Estado. Reafirmo que o mais importante, e talvez seja a marca de minha administração, será o resgate da auto-estima do povo palhocense. Hoje, Palhoça está na rota de grandes empreendimentos. São 5 mil novas empresas, responsáveis por investimentos de R$ 10 bilhões e geração de mais de 18 mil empregos para a nossa cidade. É fato que saltamos de um orçamento minguado de R$ 46 milhões em 2005 para uma arrecadação de 330 milhões em 2011. E 2012, vamos chegar a um orçamento de R$ 500 milhões. Vamos estar entre as 10 maiores arrecadações no Estado em uma década. Palhoça se transformou em uma potência econômica de Santa Catarina. Hoje temos nove áreas industriais implantadas.
2 - Em menos de 24 horas, Palhoça registrou investimentos na ordem de R$ 20 milhões, com a inauguração da Havan e do Parque Tecnológico na Cidade Pedra Branca. Isso representou 200 empregos diretos. Como o senhor avalia esse momento da cidade?
R H – Palhoça vive um momento único em sua história. O principal desafio de nossa administração foi justamente resgatar a auto-estima do povo palhocense. Hoje sinto que o palhocense tem orgulho de sua terra, que não é mais uma cidade dormitório, mas sim a cidade que mais cresce no Estado. Adotamos uma política de inclusão social, com geração de emprego e de renda e desenvolvimento sustentável. O resultado foi imediato. A construção civil na cidade explodiu e em 15 anos cresceu nove vezes mais empregando cerca de 4 mil profissionais hoje. Um dado interessante que confirma esse momento é que em 2005 a Prefeitura Municipal emitia 554 mil metros quadrados de alvarás para a construção civil. Esse número hoje é de dois milhões de metros quadrados de alvarás emitidos.
3 - De acordo com reportagem da revista Veja, Palhoça aparece na sexta colocação em ranking nacional na vocação comercial. Qual o seu desafio para manter essa visibilidade de Palhoça? ´
RH – O desafio é diário. Palhoça hoje cresce a uma taxa chinesa, de 8.6%. Por isso, o nosso desafio é enorme. Estamos preocupados em melhorar a mobilidade urbana de Palhoça. Já estão assegurados pelo Governo Federal os recursos de R$ 30 milhões para deflagrar as cinco obras estruturais previstas no projeto de mobilidade urbana e que contempla as determinações da Agenda 2015, que projetou o município até o ano de 2015. O projeto de mobilidade urbana de Palhoça, que será executado em um prazo de até três anos, prevê cinco obras de infraestrutura que, em síntese, servirão para ligar Palhoça, que foi dividida ao meio pela BR101. Está previsto a construção de um elevado de R$ 8,5 milhões, na BR101, que vai ligar o loteamento Pagani ao centro histórico da cidade. Além do elevado, o projeto prevê a avenida das Universidades, que vai ligar a Unisul a Univali, via SC-407; a construção da avenida da Habitação, que tem três quilômetros de extensão e vai ligar a BR-101 ao condomínio residencial de 7 mil unidades habitacionais, do Grupo Rodobens. Ainda, o projeto prevê há ainda a ligação da avenida Elza Lucchi, com a BR101. E para encerrar, a construção do novo anel viário, que vai circundar, praticamente, todo o município
4 - Quais outras prioridades para a revitalização de Palhoça?
RH – Implantar efetivamente o Transporte Marítimo na cidade e na região metropolitana e o Sistema Integrado de Transporte Coletivo do Município, integrando-o ao Sistema Aquaviário e ligando bairro a bairro da cidade. Além das ações em infraestrutura, com pavimentação de ruas, 2011 queremos imprimir uma marca de modernidade, revitalização e humanização do centro de Palhoça. Além é claro de darmos continuidade a política de atração de mais empreendimentos para a cidade.
5 – O senhor sabe exatamente o termômetro da explosão de Palhoça hoje?
RH – Palhoça é hoje a cidade mais dinâmica do país, justamente por atrair novos investimentos, numa média de duas empresas por dia. Hoje são R$ 10 bilhões em investimentos em nosso município. É realidade a instalação do Grupo Rodobens, que em três anos vai investir mais de R$ 540 milhões em Palhoça, com sete mil unidades habitacionais. Também a chegada do primeiro Shopping Center de Palhoça, o Via Catarina, que tem o supermercado Giassi como uma das lojas âncoras. Ainda novos empreendimentos de alto padrão estão se instalando em Palhoça, como o condomínio de luxo Villa Do Cedro, e o projeto do Campo de Golfe, na região sul da cidade. Tem ainda, investimentos como o Pólo Náutico, o empreendimento Nova Palhoça, entre tanto outros que estão em construção ou em finalização em Palhoça. O grupo empresarial Pedra Branca vai investir R$ 50 milhões para a construção de um empreendimento de 7 torres com 250 apartamentos. Somado a todo esse momento positivo, a Caixa Econômica Federal está investindo R$ 120 milhões em projetos habitacionais em nosso município.
6 – Quais as ações da atual administração que permitiu o crescimento de Palhoça?
RH - Palhoça vive um boom de investimentos. Foi um conjunto de iniciativas, mas cito a criação do Programa de Desenvolvimento Econômico de Palhoça (PRODEP), que ofereceu benefícios como isenção de impostos municipais. Desde que assumimos tínhamos como prioridade o resgate da auto-estima e para isso implantamos em Palhoça uma administração que buscou a inclusão social, com a atração de novos empreendimentos, com geração de emprego e renda. Para citar esse momento positivo, saímos de uma inadimplência com impostos, principalmente, com IPTU ,de 70% em 2005 para uma adimplência de 80%. Em 2008, Palhoça aparece no ranking da Secretaria do Estado da Fazenda como uma das cinco cidades que mais cresceram no repasse de recursos de ICMS. Palhoça cresceu 33%, passando de R$ 8 milhões para R$ 11 milhões a sua participação no bolo do ICMS. Eventos como o Natal Reluz, a Marifest, a Expopalhoça, entre outros, resgatam a identidade cultural, a auto-estima da população, e reforçam a sua potencialidade econômica. Como gestor público, temos que ser o maestro de todo esse processo.
7 – E os investimentos em saúde, educação e área social?
RH – Ao todo, R$ 10 milhões estão sendo investidos na reestruturação da saúde em Palhoça. São recursos, parceria entre município, Governo Federal e Estadual, destinados para a construção de Centros de Saúde. Já foram concluídos os centros da Pinheira e de Enseada de Brito. Estão em construção as unidades do Médio Aririú, Praia de Fora, Vila Nova e Pachecos. E viabilizamos R$3,4 milhões do Governo Federal para a construção de mais sete unidades, no Caminho Novo, Guarda do Cubatão, Barra do Aririú, São Sebastião, Alto Aririú, Passagem do Maciambú e Rio Grande. A Unidade de Pronto Atendimento ( UPA) vai reforçar ainda mais o setor e deve ser inaugurada no inicio de 2001. Temos ainda o Hospital de Olhos, enfim, estamos atentos e preocupados em melhorar a qualidade da saúde de nosso município.
8 – Palhoça foi agraciada com o prêmio Leonel Brizola de Educação pelo investimento na Faculdade Municipal de Palhoça. Qual a importância desse prêmio?
RH - É o reconhecimento de um trabalho que iniciou em 2005, quando decidimos criar a Faculdade Municipal de Palhoça, que tem como principal marco o fato de destinar 80% das vagas para estudantes provenientes da rede pública municipal. Nesse sentido, Palhoça tem ainda a Faculdade da Maturidade, para pessoas maiores de 50 anos e agora estamos criando o programa Alfabetizador Amigo, que pretende alfabetizar cidadãos de 15 anos à terceira idade. Na realidade, todos são programas de forte inclusão social.
9 – Quais os projetos que não foram possíveis de serem viabilizados em 2010?
RH – A burocracia é o que nos derrota. Gostaria de ter iniciado a primeira etapa da obra de construção da estação de tratamento, de captação e distribuição de água para a da Baixada do Maciambú, região das praias de Palhoça.A obra, que vai beneficiar em média 70 mil pessoas que residem nas praias da Guarda do Embaú, Pinheira, Ponta do Papagaio, Mar Aberto, Sonho, Passagem do Maciambú, é uma antiga reivindicação daquela região. Ao todo o custo total desse investimento é de R$ 32 milhões as obras de água tratada e encanada para a região Sul. E de uma vez por todas, iniciar as obras de urbanização e humanização do Frei Damião. Também gostaria de ter consolidado o Sistema Integrado do Transporte Coletivo. Serão alguns desafios para 2011. Ainda, pretendemos decidir, com o apoio de nossos colaboradores, se iremos adquirir a atual sede da Prefeitura de Palhoça, que hoje é alugada, no Pagani, ou se vamos adquirir uma nova área e construir um novo centro administrativo municipal. Temos até o dia 03 de fevereiro para decidir, via consulta popular, essa situação.
10 – Qual é a sua expectativa com o papel de sua esposa, dona Dirce na Assembléia Legislativa?
RH - A melhor possível. Dirce tem uma marca toda dela, de uma pessoa que sempre se preocupou e lutou pelas ações sociais. Prova que no meu primeiro mandato criou a Secretaria da Assistência Social e a Associação Palhocense de Voluntários. Ela sempre esteve envolvida com as pessoas, em valorizar as pessoas e com a inclusão social.
11 – Qual a sua projeção para a consolidação de Palhoça?
RH – O grau de desenvolvimento que hoje Palhoça vislumbrou não tem mais volta. O município conquistou efetivamente esse status de cidade dinâmica, rota de empreendimentos, e que, eu acredito, que estará consolidada em 2020. A nossa administração deixa ainda o legado da Agenda 2025 para os futuros gestores.