terça-feira, 3 de julho de 2012

Artista faz prédios com livros de contas

Obras de papel discutem fragilidade econômica.


O livro de contabilidade deixa de ser um registro da vida financeira de empresas nas mãos de Jill Sylvia. Com ajuda de régua, estiletes e (muita) paciência, a artista transforma as folhas de papel sem graça destes compêndios em uma delicada plataforma artística.

O trabalho começa pelo apagamento das contas. Jill remove cuidadosamente os dados e os números em série das folhas, deixando apenas buracos entre as linhas de organização do livro. É com este esqueleto, bem simbólico do sistema econômico atual, que ela faz esculturas de edifícios, como a Bolsa de Nova York e o Capitólio, entre outros representantes do poder americano, com extrema precisão e mínimos detalhes.

Ao moldar frágeis marcos nos últimos sete anos, desde que se especializou em escultura, a americana propõe uma reflexão sobre arquitetura financeira, estabilidade econômica e, principalmente, a desmaterialização da moeda e do valor, em geral. Mais do que isso, cria obras de uma delicada beleza, cuja precariedade arranca suspiros até de quem não quer nem pensar em economia.


Fonte: Globo - Casa Vogue


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