sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Estacionamentos ganham atenção de construtoras

Setor da construção civil já se preocupa com a falta de espaço para os veículos e estuda soluções.


Um dos maiores gargalos e também um dos principais focos de discussão em Fortaleza, o crescimento acentuado de automóveis no trânsito já começa a interferir diretamente em outro segmento da Cidade: o imobiliário. Com a demanda por vagas de estacionamento tanto nos condomínios quanto nos prédios comerciais em ascensão, construtoras e empresas de locação já admitem aumentar o número de produtos voltados para satisfazer essa carência. Nesse contexto, os bairros nobres são os que mais demandam empreendimentos desse tipo.

Entre os locais com maior carência de vagas na cidade, o presidente da Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon-CE), Marcos Novaes, apontou a Aldeota como a mais inflada de carros. Além deste bairro, "o Centro e áreas emergentes como o Meireles e o Guararapes". A principal justificativa para o crescimento deve-se às facilidades de compra de automóveis com redução de impostos, o que faz a classe média, sobretudo, aumentar a capacidade de compra de veículos.

"E é sobre isso que devem ser destinado os trabalhos. A pauta de trânsito é emergencial na nossa cidade e precisa ser tratada logo, ainda mais em um ano de eleição", observou.

Perfil define preços

Sobre os preços de unidades com maior quantidade de vagas, o diretor da Luciano Cavalcante Imóveis, Luciano Neto, observa que o valor segue um perfil de clientes e não tem o estacionamento como determinante.

Segundo ele, o tamanho do apartamento, por exemplo, já define quantas vagas o proprietário poderá usufruir.

"Se eu tiver um produto de 200 m² com apenas duas vagas, posso até cobrar 20% abaixo do mercado que eu vou ter dificuldade de vender. Do mesmo jeito que um de 50 m² e quatro vagas", exemplificou Claus Duarte, da CRD Engenharia.

De acordo com os empresários, a partir de 60 m², o mercado local já destina duas vagas para o apartamento, enquanto menores têm apenas uma. Na prática, é o tamanho da família e, principalmente, o poder aquisitivo que determinará a área ocupada para moradia e também as vagas na garagem.

Soluções alternativas

A preocupação com os locais destinados aos estacionamentos, inclusive, já começa desde o planejamento do prédio, e as construtoras, segundo contou o presidente da Coopercon, têm à disposição soluções já em uso atualmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.

"Lá, eles já possuem um esquema de rodízio de vagas, o qual, na verdade, funciona com um manobrista dentro do prédio ou condomínio que leva os carros para colocar na garagem", disse.

De acordo com ele, a intenção de soluções como está visa otimizar o espaço das vagas. No entanto, Marcos acredita que falta vencer uma "barreira cultural", pois "o hábito cearense ainda é de querer saber quantas e quais são as vaga que possui".

Claus Duarte também defende a preocupação com os estacionamentos, mas ressaltou que soluções como o rodízio de vagas ainda são pontuais e devem custar um tempo para chegar à Capital cearense.

"Aqui ainda é uma coisa muito incipiente, embora possa acontecer pontualmente. Mas ainda é possível fazer todos os estacionamentos em subsolos", afirma o empresário do setor de construção civil no Ceará.

Tecnologia

Outras alternativas para o problema mencionadas pelo presidente da Coopercon referem-se ao uso de tecnologia de ponta. Em visita a Coreia do Sul em uma missão do setor, ele conta sobre o uso de vagas de dois andares como elevadores que "são mais viáveis que construir mais andares subsolos". "Conhecemos também nessa viagem as garagens automáticas desenvolvidas pela Hyundai. É a chamada solução de caixa onde o carro é colocado em um trilho e estacionado pelo aparelho e em uma velocidade bem rápida", detalha Marcos Novaes.

Comércio de locação

A demanda por vagas também vem interferindo diretamente no preço dos imóveis, sejam de morada ou de comércio, segundo a diretora comercial da Associação das Administradoras de Imóveis no Ceará (Aadic-CE), Lídia Hiluy. Mesmo com elementos importantes como localização, serviços próximos, dentre outros, ela garante que "a quantidade de vagas de garagem é também percebida hoje como item importante a ser considerado na formação de preço".


Fonte: Redimob

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