segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Construção civil: a escassez é de mão de obra "qualificada".

Com muito orgulho postamos essa reportagem feita pela redação Redimob, que em especial, tem um comentário do Sócio Diretor da Konkreta, Kim Mendes!

O mercado da construção civil no Brasil está aquecido e ao que tudo indica, tão cedo não sairá deste patamar. O problema é que a mão de obra não cresceu na mesma proporção. Hoje, a escassez de profissionais neste mercado é uma realidade e mais do que nunca as empresas estão buscando iniciativas para suprir esta dificuldade. Se hoje estamos neste contexto não é por acaso. O Diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná (Sinduscon-PR), Euclésio Manoel Finatti, analisa que tempos atrás, o cenário que se via eram de empresas que lutavam para se manter no mercado, o que levou muitos profissionais a saírem do setor. As empresas que permaneceram atuavam com baixa mão de obra. Hoje, o cenário é outro. 

“Nos últimos três anos, com programas como Minha Casa, Minha Vida, o grande número de financiamentos com um patamar bastante positivo, possibilidade de certa estabilidade econômica, propicia que as pessoas comprem mais, porém o mercado não está preparado para atender esta demanda,” explica.

O Presidente do Sinduscon-AM, Eduardo Jorge de Oliveira Lopes, também concorda. “Seja por falta de oportunidade, muitos profissionais formados, saíram da área da construção civil para trabalhar em outro setor. Atualmente nem todos pensam em voltar, e para o mercado atual isto também é uma dificuldade” comenta. Para 2011, o mercado da construção civil no Amazonas precisará de 8 a 11 mil funcionários.

Qualificação no canteiro de obras

A escassez de mão de obra na construção civil tem duplo agravante. Não é necessário apenas quantidade. Finatti comenta que as parcerias para qualificar a mão de obra do setor são imprescindíveis. Além disso, é necessário mostrar ao jovem que não teve condições de estudar, que o primeiro passo não é necessariamente uma universidade para ele conseguir uma estabilidade. “As próprias empresas buscam estimular e qualificar seus funcionários. Muitas podem oferecer cursos, carreiras e se o profissional tiver um pouco de dedicação, em pouco mais de dois anos pode inclusive dobrar o salário. Alguns ficariam no canteiro de obras, se bem qualificados tecnicamente, outros iriam além e teriam chance de buscar uma universidade” comenta.

O Sócio Diretor da Konkreta Construtora, Kim Mendes, afirma que atualmente trabalha com uma média de 12 a 15 funcionários e sente de perto a falta de qualificação. Por conta própria, a empresa busca solucionar este problema. “Percebendo esta dificuldade, eu e meu sócio Fernando, readequamos algumas atividades. Passamos a gerenciar diariamente, também realizamos maior número de conferências nos processos, tudo para evitar qualquer erro,” comenta.

Mais do que gerenciar o trabalho da mão de obra, Mendes afirma que também procura estimular os funcionários, o que infelizmente não tem dado tanto resultado. “ Já tentamos estimular com premiação a cada etapa cumprida, estimular o estudo, mas ainda assim é complicado. Percebo falta de objetivo para o futuro, onde eles se contentam apenas em ganhar bem,” ressalta.

Lopes completa que todas as construtoras filiadas ao Sinduscon-AM estão orientadas a formar profissionais dentro do canteiro de obras. “As iniciativas existentes no mercado ainda não são suficientes, por isso também fazemos a nossa parte,” completa. Lopes ainda ressalta que o problema desta escassez pode ser resolvido a médio prazo. “Como ocorre nos países desenvolvidos, acredito que muitas incorporadoras buscarão mais equipamentos, novas tecnologias que vão suprir a grande quantidade de mão de obra.” 

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