
O problema não é exclusivo do Estado. A Caixa Econômica Federal só deve retomar o programa para a faixa mais baixa de renda no segundo semestre.
– O primeiro e mais importante motivo é um só: faltou dinheiro – observa Paulo Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
No ano passado, diz ele, os contratos para quem ganha até três salários superaram a meta em 43,7%, o que absorveu boa parte da verba para o primeiro semestre. A etapa inicial do Minha Casa, Minha Vida previa a contratação de 400 mil apartamentos neste segmento e acabou fechando o ano com 574,9 mil.
A segunda fase do programa, anunciada no ano passado, com a primeira ainda em curso, tem a meta de erguer 2 milhões de unidades até 2014. Sessenta por cento deste total são apartamentos para famílias que ganham até três salários mínimos.
Mas o corte de R$ 50 bilhões no orçamento anunciado pelo Planalto mudou o cenário. No final de fevereiro, o Ministério do Planejamento reduziu em R$ 5,1 bilhões os R$ 31,5 bilhões previstos inicialmente para o Minha Casa, Minha Vida neste ano. Por incluírem subsídios do governo federal, os projetos para a faixa mais baixa de renda acabaram congelados. Segundo a Caixa, o programa habitacional, bandeira de campanha da presidente Dilma Rousseff, “está em fase de adequação de orçamento e procedimentos operacionais”. E a sua segunda fase precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.
Por isso, SC só deve saber qual será a sua fatia do bolo de verbas de 2011 dentro de um ou dois meses, conforme a expectativa da superintendência regional da Caixa no Estado. Um dos projetos catarinenses na geladeira fica em Palhoça, que liderou o número de contratos assinados via Minha Casa, Minha Vida no ano passado. Trata-se do conjunto habicional Pontal. Segundo Therezinha Sílvia Knabben, superintendente municipal de Habitação, o projeto, orçado em R$ 6 milhões, foi aprovado em Brasília no final de 2010, mas depende da liberação dos recursos pela Caixa.
Construção civil mostra preocupação

– Santa Catarina vai sentir. É preciso que as construtoras atuem com o maior número possível de faixas salariais – observou Hélio Bairros, presidente do sindicato do setor (Sinduscon) da Grande Florianópolis.
Ele vê alternativas para reduzir o impacto sobre as famílias que recebem até três salários mínimos.
– É possível que a diminuição nos recursos incida sobre a faixa salarial mais alta ou que a Caixa e o governo do Estado tenham autonomia para flexibilizar o uso do orçamento.
As contratações do Minha Casa, Minha Vida seguem normalmente para quem recebe entre três e 10 salários mínimos. Para esta faixa, o banco analisa 10 mil contratos hoje.
Fonte: Diário Catarinense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário