segunda-feira, 23 de maio de 2011

No início e por 22 anos, só havia o BNH


As construções independentes que predominaram ainda ao longo do século 20 estão cada vez mais se tornando uma parcela mínima do volume de casas e prédios que se espalham pelas cidades, especialmente em São Paulo. Antigamente, havia a classe privilegiada que contratava empreiteiros para edificar suas residências. E havia o operário que, depois de quitar um longo carnê para comprar um terreno, se reunia em mutirão com amigos e parentes para erguer a casa própria. 


Tudo isso está sendo substituídos por grandes incorporadoras e construtoras, responsáveis por sofisticadas torres residenciais para pessoas de alta renda ou por conjuntos habitacionais para classes populares e média. 

O controle da inflação, aliado ao aumento de renda da população e facilidades de crédito possibilitaram essa mudança que, só no primeiro semestre de 2010, assegurou o financiamento de quase 190 mil imóveis movimentando recursos da ordem de R$ 24 bilhões. O temor de uma nova onda inflacionária já levou o governo federal a definir algumas medidas para conter o crédito, mas o setor habitacional acredita que o crescimento prosseguirá, sem volumes recordes, mas de forma satisfatória. 

Por 22 anos, o mercado imobiliário contou basicamente com o Banco Nacional de Habitação para garantir moradias para famílias de baixa renda. O BNH foi extinto em 1986, com a Caixa Econômica Federal incorporando o Sistema Financeiro de Habitação. Foi a partir daí que governos estaduais e municipais se integraram aos esforços do poder central para produzir grandes conjuntos populares. 

Um novo alento para a área veio a partir de 1990, quando foi iniciada a centralização das contas vinculadas ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), cujos recursos são aplicados no financiamento habitacional. O fato é que a área viveu ainda períodos de marasmo, o que mudou mesmo no início do novo século. 2007 é considerado o marco dos novos tempos do setor habitacional no País. Foi o ano de todos os recordes no mercado imobiliário brasileiro. No ano seguinte, a crise americana provocou um certo arrefecimento na área. Mas os números de 2010, ora comemorados, fazem crer que o crescimento vai continuar - mais comedido é certo.  

Fonte: Estadão (Marilena Rocha)

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