No dia da Construção Civil, especialistas apontam os principais avanços do setor ocorridos no nos últimos anos.
No dia 25 de outubro, comemora-se o Dia da Construção Civil. Mas o que falar deste motor que impulsiona a economia do país?
A construção civil está num bom momento em vários aspectos. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou no mês de setembro crescimento de 0,91% em empregos no setor. Foram criadas 24.977 novas vagas no mês. No balanço dos últimos 12 meses, pode-se constatar que a construção civil gerou 226.629 vagas, com um crescimento de 8,7% no estoque.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) também são otimistas. A indústria de materiais do setor obteve um crescimento de 7% no mês de setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Com todos os indicadores a favor deste crescimento, o que podemos definir como a principal evolução da construção civil nacional? A pergunta é difícil pela abrangência, afinal não foram poucos os avanços do setor nas últimas décadas. Saiba o que pensam os especialistas do setor.
Tecnologia nos canteiros de obra
A mais importante evolução que a nossa indústria vem verificando nos últimos anos no Brasil é, sem dúvida, o desenvolvimento de novos processos de gestão, métodos construtivos, produtos e materiais mais sustentáveis e eficientes... Em suma: a introdução da inovação tecnológica nos canteiros de obras e ao longo de toda a cadeia produtiva. A construção no país ainda é uma atividade intensamente manufaturada. Mas a chegada de novas tecnologias está mudando rapidamente este cenário. Os ganhos são imensos e beneficiam não apenas as empresas, mas toda a sociedade brasileira. Ganham os trabalhadores que passam a exercer atividades mais qualificadas, ganham os moradores ou usuários dos empreendimentos construídos (públicos ou privados), ganha o meio ambiente com a redução e reciclagem dos resíduos gerados. O nosso desafio neste momento é assegurar, por meio de políticas públicas, que todo o universo de 170 mil empresas formais da construção no Brasil possam ter acesso à inovação, incluindo as médias e pequenas empresas.
Paulo Safady Simão
Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção -CBIC
Melhorias no financiamento imobiliário
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A estabilidade monetária e o financiamento a custo acessível é uma ferramenta fundamental para este desenvolvimento. A partir disso, há possibilidade de investimentos em tecnologia e sustentabilidade, caminho este que é inevitável. Vamos caminhar cada vez mais em busca de processos construtivos inteligentes, resultando na melhoria da qualidade de emprego, trabalho, evitando perda de materiais e acidentes.
Luis Fernando Pires, presidente do Sinduscon-MG
Concreto usinado
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Uma das principais razões do sucesso foi o fato de ter reduzido drasticamente o tempo de uma concretagem e, portanto, teve impacto na produtividade do processo construtivo.
Outro ponto positivo é o fato de, em tese, reduzir a possibilidade de erros humanos no processo de maior importância do canteiro, a fabricação do concreto, pois o traço (mistura de cimento, concreto, areia e aditivos - quando for o caso) é feita numa central fora do concreto e que, hoje, é 100% automatizada. O aspecto da segurança do traço deve ser enfatizado hoje em dia, quando a qualidade dos agregados utilizados na mistura (brita e areia) não é a mesma de anos atrás, dada a dificuldade de prospecção destas jazidas. O processo é bastante complexo, devido a rigorosas leis ambientais”.
Dionyzio Klavdianos
Vice-presidente do Sinduscon-DF e presidente da Comissão de Materiais e Tecnologia da entidade
De conservador ao moderno
Ao longo de décadas, a construção civil brasileira no ramo imobiliário era bastante conservadora na aplicação de novas tecnologias e métodos construtivos, parte motivada pela disponibilidade de mão de obra a baixo custo. Era mais barato contratar diversos operários, mesmo com baixa produtividade, do que investir em equipamentos ou em desenvolvimento tecnológico. Parte disso pela dificuldade do brasileiro em aceitar novos produtos como paredes pré-fabricadas, por exemplo, em gesso acartonado (DRY Wall), ou mesmo em madeira, utilizado por vários anos nos Estados Unidos e Europa.
Seria um equívoco destacar um único motivo para a evolução na construção civil. Nos últimos anos, houve um investimento grande das construtoras no desenvolvimento e emprego de novas tecnologias, como paredes em concreto, formas metálicas, concretos de alto desempenho, instalações elétricas e hidráulicas com uso de mangueiras e materiais flexíveis, pisos e tubulações com isolação acústica para evitar a transmissão de barulhos entre os vizinhos dos edifícios, entre outros. Há uma busca pelo aumento da produtividade, redução de desperdícios e custos, motivados pela falta de mão de obra e ganho de competitividade.
Podemos destacar também o investimento na criação de processos e procedimentos construtivos para garantir padronização e melhor controle da qualidade, uso de softwares para desenhar em 3D e cálculos de estruturais.
As construtoras oferecem diversas opções para o cliente personalizar o apartamento, alterando a planta, revestimentos, grandes terraços chamados “Gourmet” com churrasqueira e interligado com a cozinha. Os condomínios viraram verdadeiros clubes com infraestrutura de lazer e segurança.
Nos últimos cinco anos, com o aquecimento da economia, houve uma corrida pela abertura de capital de dezenas de construtoras, além do incentivo dos governos para fomentar a construção de moradia popular com crédito disponível para sustentar esse crescimento.
Para finalizar, destaco também a elaboração da Norma de Desempenho, que estabelece as garantias, durabilidade e conforto das residências e edificações.
Joelson Santos, gerente de engenharia da Tecnisa Engenharia.
Fonte: Redimob.
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